O miradouro triunfal do Arco da Rua Augusta
Por Por Luís J. Santos, Vera Moutinho (vídeo)
09.08.2013
Abriu esta sexta-feira ao público o miradouro do Arco da Rua Augusta. É Lisboa a 360º, com o olhar a abarcar do centro histórico ao Tejo. Os primeiros visitantes não pouparam elogios à "nova" e luminosa panorâmica da capital.
Não é que faltem miradouros à cidade das sete colinas. Mas este tem tudo para tornar-se de culto especial, tanto pelo monumento (limpo e restaurado) que o sustenta como pela panorâmica que permite ter da Lisboa histórica e ribeirinha. De um lado, percorremos com o olhar a Baixa pombalina, por outro o casario a subir ao Castelo, dali um arco perfeito pelo Tejo até à ponte e à outra margem. E, acima de tudo, debruçamo-nos sobre toda uma arejada praça do Comércio, onde um D. José e seu cavalo - também em estátua acabada de restaurar - nos vira as costas e, como nós, centra o olhar no Cais das Colunas.
Na verdade, este miradouro, que agora se abre a todos (ou quase - já que a escadaria deixará de fora muitas pessoas com mobilidade reduzida), já era acessível a alguns - uma escada em caracol, agora fora do trajecto turístico, permitia-o. O dia 9 de Agosto fica na história, 138 anos depois da conclusão do arco, como a data em que uma nova e luminosa panorâmica se abre aos lisboetas e visitantes. E com o monumento restaurado e imaculadamente limpo: o projecto global de restauro, instalação do equipamento e elevador, além de outros trabalhos, ficou orçado em cerca de 950 mil euros, suportados pelo Turismo de Lisboa, que gere o espaço.
A inauguração do elevador decorreu na manhã desta sexta-feira, com o presidente da autarquia, António Costa, a classificar o miradouro de "maravilhoso". Pelas 14h, abriam as visitas públicas ao arco, já com uma fila de umas três dezenas de pessoas a darem sinais de ansiedade para estrearem a nova atracção.
A experiência começa por uma pequena recepção, na Rua Augusta, à direita mesmo antes de chegarmos ao arco. O preço do bilhete geral foi fixado em 2,5 euros (grátis para as crianças até 5 anos). A viagem no elevador (normalíssimo, o que até parece ter desiludido alguns visitantes que fantasiavam um elevador panorâmico - de colocação praticamente impossível no monumento) dura alguns segundos. À saída do elevador, há logo a sensação da novidade de estarmos atrás das estátuas que nos habituamos a apenas olhar de baixo para cima.
Passado um lanço de escadas, entrámos no Salão do Relógio onde se concentra a maquinaria do relógio e que é iluminado por uma vistosa clarabóia. No centro do salão, um enorme painel central resume a história do monumento, planeado e construído entre os séculos XVII e XIX. Um novo lanço de escadas leva-nos, como dizia um visitante, "ao céu".
Estamos atrás das Glória, que coroa o Génio e o Valor - são as esculturas de Célestin Anatole Calmels que rematam o topo do arco. Agora, podemos estar não só atrás, como ombro a ombro com estas virtudes. No centro deste amplo terraço, um sino marca a hora. Os primeiros visitantes (no topo podem estar no máximo 35 pessoas, por razões de segurança) vão emergindo da escadaria e esbugalham os olhos. De "lindo" a "deslumbrante", vão desfilando os adjectivos à mesma velocidade que são disparadas as máquinas fotográficas. É Lisboa a 360º num novo e eterno postal panorâmico.
A rematar a nova forma de ver o arco e a cidade, há um espectáculo multimédia interactivo, todas as noites até dia 18 de Agosto: é uma criação a ser projectada na fachada do monumento, assinada por Nuno Maya e Carole Purnelle, baptizada de "Arco de Luz".
Informações
Horário:
O miradouro abre diariamente das 9h as 19h00 (até dia 18 fecha duas horas mais tarde, por causa do "show" multimédia)
Preços:
2.5€ (crianças até 5 anos grátis)
Existe um pack (Lisboa Interactiva) que junta as visitas ao arco e Lisbon Story Centre (adulto 8€, sénior 6,5€, crianças até 5 anos grátis, crianças 6-15 anos 4,5€, família de 2 adultos + 2 crianças 24€)
Espectáculo multimédia:
Até dia 18/8, sessões 21h30, 22h30 e 23h30
Fonte
Noticia RTP (com vídeo)
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