quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Reportagem: O que saber da actividade hoteleira (parte I)

Reportagem: O que saber da actividade hoteleira (parte I)
Como gerir um hotel em tempo de crise?’ Podia ser um tema de uma aula de Gestão Hoteleira, mas não é. E não pela sua falta de importância, mas porque se a fórmula estivesse inventada, haveriam outros tantos desafios em cima da mesa para que esta actividade empresarial lutasse nos dias que se vivem.

Mais do teorizar e definir uma situação, a ‘crise’ tem que ser enfrentada com acções concretas e reais. No fundo falta colher os frutos da aula prática: Como gerir um hotel em tempo de crise? Nove empresários explicam o que falhou ou prevaleceu na estratégia adoptada pelas unidades hoteleiras nacionais desde 2009 até este ano.



 No caso da cadeia Altis, com hotéis exclusivamente em Lisboa, o fio condutor desde a entrada oficial da crise foi no produto.

Ruben Paula, director geral do Hotel Altis e Altis Suites, explica: “o crescimento do grupo nesta fase de crise, permitiu-nos apostar mais na flexibilização dos recursos humanos, em detrimento de políticas de corte de pessoal, continuando uma política de reengenharia de processos e procura de economias de escala no conjunto das unidades. 
Apostámos em deslocar pessoas que estavam em funções de suporte, para funções que geram mais receita / valor, como seja a criação do guest service com pessoas que trabalhavam no hotel, mas em outras funções que não geravam valor para o cliente”.
Controlo e redução de custos

Começar por onde dói mais é a lição que se tira nesta matéria. Mais de metade dos hoteleiros inquiridos pela Ambitur optou por um controlo rigoroso de custos.


Em Lisboa, e numa perspectiva de unidade independente, o Hotel Lutécia enumera, como principal razão para estar a passar pela crise “sem muito dramatismo”, a reformulação total a nível de custos com fornecedores.

“Todos os fornecedores foram revistos embora continuemos a procurar oportunidades de poupança”, sustenta João Freitas, director da unidade.  



Na mesma postura, surge o Hotel Palácio Estoril. “O facto de termos feito reestruturações e adaptado a nossa estrutura de custos, deu-nos um outro fôlego para os tempos que agora correm”.

Manuel Guedes de Sousa contrapõe, ainda, que “por outro lado a nível comercial também nos obrigou a ir à procura de novos mercados e criar novos produtos e encontrar novos canais de venda”.

Num caso mais singular está a cadeia açoriana Investaçor.

O Grupo dispõe já de unidades hoteleiras em quatro das 9 ilhas, do arquipélago com uma oferta global de 518 quartos / 1.050 camas. A estratégia do grupo passa assim por assegurar a manutenção de estruturas leves e flexíveis; controlar convenientemente os custos; garantir e assegurar liquidez e tirar o maior partido dos apoios do Estado”, evoca José de Sousa, director geral do grupo. 

O empresário, vai ainda mais longe, “tem que se priveligiar a qualidade (…) e dentro dos possíveis evitar que o preço seja critério de decisão de compra, é nossa convicção que os empresários devem evitar ao máximo as áreas de negócio em que o preço baixo se apresente como único critério de decisão de compra já que estas áreas, para além das consequências não irão ter qualquer futuro.

A 2ª parte desta reportagem vai ser publicada online dia 28 de Outubro.
A reportagem na íntegra está impressa na edição nº241/Outubro da revista Ambitur

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